Livrar-se da protuberância da barriga pode ser necessário para mais do que apenas o bem da vanidade, pois, de acordo com um estudo, a gordura abdominal pode aumentar o risco de desenvolver câncer, especialmente em mulheres na pós-menopausa.
Os resultados mostraram que a distribuição da gordura corporal no abdômen é mais importante para reduzir o risco de câncer, como o pulmão e gastrointestinal (GI), do que o índice de massa corporal (IMC) ou porcentagem de gordura.
O estudo colocou um novo giro nas prioridades de gerenciamento de peso para as mulheres neste grupo etário, que são propensas ao aumento de peso abdominal, disse Line Maersk Staunstrup, doutorando com a Nordic Bioscience, uma empresa de biotecnologia com sede na Dinamarca.
"Ao avaliar o risco de câncer, o IMC e a porcentagem de gordura podem não ser medidas adequadas, pois não avaliam a distribuição da massa gorda", explicou Staunstrup.
"Evitar a obesidade central pode conferir a melhor proteção", disse Staunstrup.
Para o estudo, apresentado no Congresso da Sociedade Européia de Oncologia Médica (ESMO) 2017 em Madri, a equipe incluiu 5.855 mulheres (idade média de 71 anos) para avaliar a gordura corporal e a composição da gordura corporal. Eles foram seguidos por 12 anos.
Os pesquisadores descobriram que a proporção de gordura abdominal para gordura periférica era um importante preditor independente do diagnóstico de câncer.
Olhando em detalhes sobre cânceres específicos e fatores de risco, os pesquisadores determinaram que apenas os cânceres pulmonares e gastrointestinais estavam associados com altos índices de gordura abdominal a periférica.
Além disso, idade mais avançada, recebimento de terapia de reposição hormonal e tabagismo, bem como obesidade e particularmente resistência à insulina, desempenharam papéis específicos na elevação do risco de câncer.
"Aumentos na insulina, resultantes do excesso de consumo de carboidratos simples, como batatas, trigo, arroz e milho, resultam em acumulação de gordura especificamente visceral e abdominal", explicou Andrea De Censi, do Hospital Galliera, Genoa, na Itália.
O estudo abre a porta para que os clínicos iniciem uma série de intervenções em pacientes obesos. Além da perda de gordura com dieta e exercício, medicamentos para diabetes como a metformina, que podem diminuir os efeitos de insulina, podem desempenhar um papel potencial para a prevenção do câncer, disseram os pesquisadores.
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